sábado, 18 de dezembro de 2010

QUANDO ALGUÉM CHEGOU

Sentada a porta da casa
Cabelo despenteado, vestido velho e rasgado
Vento soprou
Nem estou esperando alguém...
Se olho ao lado era pra ver ninguém
Barulho de carteiro chegando
Envelopes amarelos, cartas pra mim tem
Nem estou esperando alguém!
Suspiro leve, olhar perdido
Esqueci de mim, sentada a porta
da casa...
Por que? Quem viria? ninguém!
Viagem pelo céu, o vento na imaginação me (e)leva
O barulho das folhas na calçada
Me faz ir às nuvens
Gostosa sensação de não ser
Viver pelos ares, ser ninguém
Até que um cheiro me trouxe de volta
Uma lembrança de alguém
Caí, levemente, nas nuvens
Existe alguém...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ora noite, ora dia... O caso.

Era uma manhã de sol de sexta-feira. Ela tinha acabado de acordar de um sonho que tivera...

Ele tinha tido insônia na noite passada, tudo porque resolveu abrir a janela para fumar. Esteve cansado até abrir a janela, foi quando ele viu a lua e se encheu de uma disposição para imaginar.

Ela acordou pensando que ele podia ter telefonado na noite passada, uma lua tão linda... mas, ele não ligou e ela pensou que ele não lembrou dela.

Ele via a lua e imaginou a presença dela no quarto. Um calor amoroso. O sopro da libido invadiu seus pensamentos e ele desejou tocar a imagem da imaginação: era ela com cheiro de flor, irresistível!

Ela fez seu café matinal. O cheiro da água quente se misturando com o pó invadiu a cozinha e ela imaginou servir-lhe delicadamente uma xícara, se ele estivesse na cama desde a noite passada.

Ele, misturando-se a imagem dela, quase real, passou a ouvir os gemidos de gozo que ela emitia. Foi um prazer revê-la!

Ela tomou um banho e saiu.
Ele ainda não acordou. 

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mundo Pós-moderno

Mundo Pós-moderno
Eu estava lendo Zygmunt Bauman e fiquei pensando nesse mundo que estamos vivendo, o qual sofreu e com ele nós sofremos mudanças incríveis No mundo da modernidade, termo comum entre os contemporâneos da geração pós-revolução industrial, figura no âmbito das relações humanas a era dos grupos de referência. Significa dizer que os padrões obrigatórios de comportamento social tais como religião, casamento, opção sexual estão sofrendo absoluta transformação a ponto de os grupos sociais formarem cada vez mais subgrupos distintos e possíveis como a proliferação de pequenas tribos urbanas a exemplo dos emos, dos punks, dos darks, dos grupos de relacionamento virtual e outros que ao mesmo tempo podem desaparecer de uma hora para outra dependendo da fluidez com que cada grupo se forma.
             Observemos as mudanças nas relações entre o tempo e o espaço, isso altera completamente a relação entre pessoas.  Quando estas grandezas (tempo e espaço) passam a ser categorias independentes, rompe-se a idéia cartesiana.  Quero dizer que quando as distâncias percorridas passaram a depender de meios artificiais de transporte, nos quais os limites de velocidade sofreram transgressões incríveis a exemplo dos dirigíveis até os super sônicos, muda a maneira das pessoas interagirem.
Nada foi tão espantoso quanto a velocidade de contato com o mundo através do sinal eletrônico do celular e da internet, tornando extraterritorial a capacidade de interferência entre os seres humanos. O que isso significa? Que não há mais a necessidade concreta de deslocamento para exercer poder sobre outros, pois não importa mais onde está quem dá as ordens, basta uma ligação, um email e as diferenças entre próximo e distante estão a ponto de desaparecer.
Sem sair de casa, assistindo ao noticiário de TV, pode-se vivenciar a guerra do poder global pela sua liberdade de fluir. Nenhuma comunidade humana pode apresentar barreiras ou fronteiras fortificadas de território enraizado, pois será um obstáculo a ser eliminado. Isso pode parecer antigo se formos pensar no mundo das grandes navegações e as conquistas do novo mundo. Mas o grande diferencial é que, se a proclamação da independência do Brasil fosse hoje, D. Pedro I nem precisaria vir ao Brasil, ligaria de seu celular acertaria uma teleconferência via Skipe e estaria tudo resolvido sem sair de Portugal. Todo o povo brasileiro acompanharia pelo twiter a decisão imperial como seguidores (termo resignificado na internet) do rei. Olha que só, que coisa!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

                                   “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”
                                                               (José Saramago)    

Quando um homem tem olhos de menino, alguma coisa acontece de ambígua quando ele dirige o olhar. Será que isso tem explicação? Eu creio que a responsável seja a natureza. Diz meu pai que a natureza é sábia e eu acredito e não e por uma questão de harmonia entre os corpos naturais, mas por uma cuíra, uma curiosidade, atração e repulsão, movimentos infinitos às vezes até tranqüilos e muitas vezes como os maremotos. Isso ainda não explica quase nada, então sigamos...
O ser humano desde que nasce olha para tudo tentando descobrir o segredo das coisas, e cresce descobrindo palavras, sons, matérias, movimentos, mares, infinitos, etc. Voltemos ao menino pequeno, àquele que persegue a formiga por horas para entender a vida que ela leva consigo. Alguém que observa o menino pode ver no seu movimento de curiosidade inquieta e a poesia que emerge no ato de contemplar: o menino a formiga e o homem o menino.
Quando um homem tem o olhar de menino, traz consigo o espírito inquieto que a natureza, mãe de todas as coisas, lhe fez herdar. Um prazer absoluto pela descoberta e ao mesmo tempo derrama poesia sobre aquilo que dirige o olhar. Há encantamento quando esse olhar me olha, melhora o meu...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Procuro um a bis mo

Que caiba direitinho no meu suicídio de i dé i as
De onde eu possa atirar minhas palavras e
Elas caiam no fundo para que só ou ça o vento
Trazendo de volta
O ar das novas idéias
Um caminho novo de pen sa men to
Lí qui do de saliva renovado
Sem a a ci dez
Da saudade do nada
Que é caminho para o lu gar algum
Força de uma sólida estrutura que precisa ficar líquida
Fluida para o novo que é ve lho
Para o presente que já é pas sa do
Mas nunca será per fei to.
De lá vou partir para o porto in se gu ro
Que sirva de casa sem parede e sem chão
A bri go na rua.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Eu queria ter um FlitParalizante

Sempre que me diziam: Tu tens que ter um Blog eu pensava:_Por quê?
Aí eu descobri que uma janela podia não só fazer com que as pessoas olhassem um pouquinho daquilo que se passa na minha cabeça, como poderia ser uma possibilidade de ventilar de fora pra dentro aquilo que está dentro. Então vamos lá...
Hoje vou abrir a janela para mostrar o que penso sobre a candidatura de Luiz Seffer.
Fico me imaginando encontrar com ele e perguntando:_ Quem o senhor pensa que é?
Vejam bem queridos leitores-colaboradores (rs) estou mesmo indignada, pois mesmo que ele, improvavelmente fosse inocente, o que a JUSTIÇA disse que não é, deveria se candidatar a um cargo de administração pública? onde se presume que se colocam aqueles homens que tem o interesse em legislar PELO POVO, PELO PRÓXIMO, PELA COLETIVIDADE? estar sendo acusado da mais sórdida pedofilia e não estar preocupado em antes mostrar a este povo que é inocente...
Se cada povo tem os heróis que merece, socorro! Onde está meu anti-herói. O que vou dizer a minha filha quando ela me perguntar para que serve votar?
Eu queria ter um FlitParalizante que eu pudesse borrifar em uma pessoa como esse homem, colocá-lo num tubo de ensaio e mostrar para ela (a minha filha) que existe na humanidade espécies que por falta de caráter, de ética e outras coisas que não ouso escrever entram em extinção como aquele exemplar no tubo de ensaio, mas parece que toda a beleza é muito mais perecível.